quarta-feira, 22 de julho de 2009

Personagens - Saravá, meu pai

Por Jules Gilet


Pois é... Raul Castro caiu nas graças de Iemanjá e veio à Bahia. Passeou, ensaiou o carisma com os locais e conheceu as magias do Pelô. Em sua viagem de volta de Angola, o atual Jefe resolveu fazer um pit stop na capital soteropolitana pela afinidade recém adquirida com Jacques Wagner, Governador do Estado-Paraíso.

Cercado por seguranças e autoridades, Castro conversou com a baiana, afim de saber um pouco mais sobre os orixás. Talvez mal sabia ele que o indivíduo grisalho atrás dele (não o que está olhando para a foto com cara de desconfiado, o negão bem na linha da mão direita da baiana) é uma das maiores autoridades nos temas do candomblé. Edvaldo Brito é baba egbé, o mais alto posto masculino no mais famoso terreiro do país, o baiano Gantois.

Sabendo ou não do poderio espiritual de seu cicerone, é fato que Raul buscava amparo nos Orixás, afinal, quando o clima ta tenso, é melhor dar uma aliviada. E de clima tenso, o atual vice-prefeito – o próprio Brito – entende. Antes de ocupar o atual cargo, ele já foi prefeito de Salvador em 1978 (os prefeitos eram indicados, conhecidos como biônicos) sendo até hoje o único negro a ter ocupado o mais alto cargo público executivo da capital da Bahia. Depois disso, assumiu a função de Secretário de Negócios Jurídicos da gestão Pitta (isso, o Celso). Na VEJA de 11/11/1998, Edvaldo disse que “encara com muito axé os percalços da política. ‘O que importa é a vida espiritual. O mundo material é instrumento de infelicidade", filosofa o baba egbé-secretário.’”

Na foto em detalhe, Edvaldo veste branco, pois sexta-feira é o dia em que se veste de branco para homenagear Oxalá, orixá de sua devoção.

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