segunda-feira, 31 de agosto de 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

Imagens do Dia: Na alegria e na tristeza


Foto: Brian Snyder/AFP

J.G.
"Teso, logo existo."
(Forbes de Abreu)

O outro Chappelle's


Dave Chappelle, ícone da comedia Estadunidense, em um de seus momentos épicos. The true Hollywood Stories with Ricky James.

Dave interrompeu precocemente sua carreira em meados de 2005. Segundo o artista a rotina de trabalho levou-o a um colapso nervoso. Esperamos cenas dos próximos capítulos.

O video não pode ser incorporado. Vale o clique.

Boa semana a todos

- I'm Rick James Bitch!!

http://www.youtube.com/watch?v=3Cp5ObnIo4Q&feature=related


L.R.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pérolas de Silvio Santos

CINEMÃO - A Guerra de Arturo



Curta recém lançado no Festival Internacional de SP, A Guerra de Arturo é a história de um redator de GC de jornal que passa uma notícia errada e acaba causando uma guerra entre Brasil e Argentina. Quem assina a direção é Julio Taubkin e Pedro Arantes.




J.G.

Personagens - Crise dos 7 anos não, só um passo adiante

Por Jules Gilet


Mais uma baixa expressiva no mundo virtual. Lawrence Lessig, após 7 anos de militância blogueira, irá descontinuar os trabalhos de seu blog.

Professor da Faculdade de Direito de Stanford (já tendo também lecionado em Harvard e Chicago), especializou-se em Direito em meios eletrônicos. Ele é responsável pela fundação do projeto Creative Commons, uma iniciativa inspirada pelo guru da liberdade virtual, Richard Stallman, que já tem diversos adeptos pelo mundo, de artistas como Gilberto Gil e Blu a donos do mundo, como o rei do pop, Barack Obama.

Além do fim de seus posts, na comemoração de 4 anos de início das atividades do CC (ocorrida no Second Life!) Lessig anunciou que deixaria a presidência do Creative Commons, dando lugar ao co-fundador japonês Joi Ito.

Suas publicações Remix (2008), Code v2 (2007), Free Culture (2004), The Future of Ideas (2001) e Code and Other Laws of Cyberspace (1999), são importantíssimas para os membros da nação blogueira e são livres para download, gratis.


Jimmy Walles segura a placa de "aposentadoria" de Lessig.


Dentre as razões colocadas por Lessig para a aposentadoria de seu blog (com aproximadamente 1753 posts), a primeira é o nascimento de seu terceiro filho. Além disso, nosso herói acaba de assumir a cadeira de diretor do Centro de Ética Edmond J. Safra, em Harvard. Segundo ele, isso representa uma pesquisa de 5 anos em corrupção institucional (é, nos EUA rola isso também, mas tem um povo trabalhando duro pra não dar em pizza). E conforme Lessig mesmo diz:

“While I expect that project will have a critical cyber-presence,
I don't want its life to be framed by this blog.
The mission, the understanding,
the community is different.”


Por fim, Lessig desabafa ao dizer que 1/3 dos 30 mil comentários em seu espaço são “fraudulentos”, e voluntários tentaram durante todo este tempo apagar tais estorvos. Entretanto, tal mutirão não foi suficiente, a ponto de o Google ter expulsado o blog do homem de seu índex, de tanto que sites de cassinos ilegais linkavam ele. Ao ser questionado porque não colocou barreiras que impedissem tais ações, ele simplesmente responde – em outras palavras, claro - que não faria sentido nenhum lutar tanto tempo para modificar a lei do Copyright sem viabilizar um espaço à livre expressão de idéias.

Concluindo, este é um belo exemplo de como é difícil manter um blog. Subir conteúdo pelo simples prazer de fazê-lo demanda tempo e energia. Mas ele manteve tal janela aberta por quase uma década, obviamente com colaboradores, e não deixou a peteca cair. Ave, Lessig! Ilumine os kiputzers e toda a nação blogueira.

Abaixo, um vídeo que de uma palestra de Lessig no TED. Dá pra ter uma boa idéia de que o homem não está de brincadeira.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Lawrence Lessig, 1 dos fundadores do Creative Commons, aposenta seu blog

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Ninja T-shirt folding!



Lu, posta um melhor do que esse! Quero ver!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Little Joy boa pedida para os embalos de sábado.

Acontece amanhã no Via Funchal a apresentação da banda Little Joy. O trio formado pelo guitarrista e vocalista dos Los Hermanos Rodrigo Amarante, Fabrizio Moretti baterista do the Strokes e a multi-instrumentalista Binki Shapiro toca junto desde 2007.

Esta é uma rara oportunidade de conferir a performance do trio.

Ate lá jovens!




http://www.myspace.com/littlejoymusic

E o Twitter, Hein?

Texto muito bom criado pelo papa do mobile marketing Leonardo Xavier.

Recentemente, numa reunião em que discutíamos sobre divisão de responsabilidades entre agência online e mobile, surgiu a seguinte frase: "mas se for usar Twitter é uma campnaha de internet". De pronto discordei e entramos numa discussão mais pautada por subjetividades que por fatos.

É bem provável que a maioria dos brasileiros que entraram no Twitter no ultimo ano nem saibam, mas a grande sacada do serviço era justamente a integração entre as plataformas web e mobile. Sim, nos EUA, Canadá e alguns outros países é possível receber e enviar seus twits por SMS. Essa era uma das grandes discussões sobre a viabilidade econômica do serviço: afinal, como o Twitter vai bancar os SMS enviados de graça para todos os meus followers?

Aqui no Brasil, no comecinho do Twitter, podíamos enviar e receber SMS via um número longo internacional (algo como +44 1 765 3456) e era uma maravilha. Suspenderam essa modalidade logo em seguida e ficamos um breve tempo “tuitando” no celular apenas via mobile web. Não demorou para surgir diversos aplicativos para facilitar o uso do Twitter e, enfim, voltamos a ter algo completamente integrado entre web e mobile.

Não custa lembrar que os míticos 140 caracteres por twit vêm exatamente da limitação dos 160 caracteres do SMS. Separou-se 20 caracteres para o @nomedousuário e os 140 restantes para a mensagem.

Ainda sobre o uso de SMS, o bacana é que semanalmente surgem opções de integração com Twitter, porém paga-se (e caro) por isso, no famoso “padrão Big Brother” de R$ 0,31 + impostos.

Pois bem, voltando à discussão que motivou este post, perguntei para @ematoma sobre quantos brasileiros estão no Twitter e quem são esses caras. Ele me mandou vários estudos e pesquisas bem profundas e compartilho aqui com vocês o que julguei mais relevante (maioria vindo do relatório da Bullet de Abril deste ano).

  • Brasil é o pais com maior penetração no Twitter: 15% dos brasileiros conectados à internet visitam o serviço

  • O usuário-padrão no Brasil é composta por Homens (61%), jovens-adultos de 21 a 30 anos (65%), solteiros (83%), dos Estados de SP (46%) e RJ (10%)

  • A maioria atualiza o Twitter pelo próprio site (77%), possui seu próprio blog (59%) e usa para compartilhar notícias, informações e links interessantes (80%),

  • Cerca de 54% acha interessante ações publicitárias na ferramenta, desde que relevantes e 91% também está no Orkut.

Por fim, follow-me on www.twitter.com/leoxavier.



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Video JukeBox - Sharevari @ The Scene - Detroit (1982)

Video JukeBox buscará trazer para os Kiputzers videos de músicas que já foram, que estão sendo, e que serão.

Esse som é do Sharevari, com dancinha coletiva performada no programa de TV de Detroit (US) chamado The Scene. O programa ficou no ar de 1976 a 1987, e trouxe um monte de som legal, com essas figuras dançando como loucas. Um projeto do produtor executivo e apresentador Nat Morris.







J.G.

"Desmatamento - Não há exemplo mais típico de um progresso às recuadas. Vamos para o futuro sacrificando o futuro, como se andássemos nas vésperas do dilúvio."

Euclides da Cunha (1866-1909)


Fonte: Migalhas

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O caranguejo, a verdade e o pão na chapa

Tem alguém aí? Perguntou o jovem do lado de fora. Ninguém respondeu. Podia ter certeza que viu alguém entrar por aquela porta, minutos antes. Estava ali, a esperá-la passar. Estranho, muito estranho. Ela acabara de sair para o trabalho e, de certo, demoraria um tanto a voltar. Mas ele não se importava. Iria esperar e dizer tudo que pensava. Sem rodeios, sem meias palavras. Deixaria bem claro o que sentia, sem se importar com a resposta. Afinal de contas era um homem, e um homem ter que fazer o que um homem tem que fazer. Mas enquanto nada acontecia, enquanto ali esperava, prostrado do outro lado da rua, tinha certeza que acabara de ver alguém entrar por aquela porta. Quem seria? São poucas pessoas que entram por ali. E afinal, que raios vinham fazer? Desimportante, isso é desimportante. O importante mesmo é saber exatamente o que dizer. O momento é decisivo e não haverá outra chance. O coração palpita. Talvez seja prudente se acalmar. Há uma padaria logo ali,... quem sabe se tomar um suco de laranja não acalma os ânimos? Dizem que maracujá também é ótimo para os nervos. Um pão na chapa seria ótimo também, afinal, já era onze da manhã e ele estava ali, de pé, desde as oito e meia. Por pouco a perdera de manhã, saindo, disse o porteiro. Mas também, dizer tudo o que é preciso logo de manhã é dose. Muita imprudência. A menina mal acorda e já é bombardeada. Não há sentido. À padaria. É, pão na chapa e suco de laranja, natural, claro. Mas e se ela voltar para o almoço? Mais uma oportunidade perdida. Melhor esperar. O celular toca, o chefe ligando. Ele ignora, afinal, nada mais importa, e ele não conseguiria trabalhar de forma alguma com essa pendência a ser sanada. De jeito nenhum. Uma e meia, e nada dela voltar para o almoço. Talvez esteja muito atarefada no trabalho. Ou talvez ela nem almoce em casa. Pior ainda, talvez ela nem more mais aqui. Não, isso não. Seguramente que mora. Semana passada mesmo ele tinha oferecido uma carona. Ela aceitou, muito educada. Estou cansada, disse. Sempre cansada. Estranho, muito estranho. Talvez ela trabalhe demais e faça muita festa, e esta é uma combinação muito cansativa, mesmo para os jovens. O telefone toca de novo, do trabalho. Melhor nem atender. Onde diabos está você? Pergunta o chefe por mensagem de texto. Será que vale resposta? No hospital. Atropelado a caminho do trabalho. É uma boa desculpa. Velório de vovó também pega bem. Melhor nem responder, conclui. Duas e quarenta. Talvez agora seja uma boa hora de ir até a padaria. O suco de laranja com gosto esquisito faz o garoto concluir que as laranjas foram cortadas com faca de cabo de madeira, a mesma que cortou as cebolas. Pelo menos o pão na chapa está ótimo, mas não vai bastar para amainar a fome. Lembrou-se que o sanduíche de bife à milanesa da padaria era demais. Comiam juntos, aos fins de semana ociosos. Certa vez ela comeu 13 deles. É que resolveu apostar com o dono da padaria, o Miltão. Miltão passou mal com dez, e ela mandou 13. Incrível mesmo. Mas isso faz muito, muito tempo. Miltão até já morreu, de enfarto. Parece que ele apostava sempre quem comia mais, até que as veias entupiram todas. Cinco e vinte. Ela deve chegar em breve, isso se não for correr ou atender à aula de Tai Chi no parque. Bom, recapitulando, dizer tudo, isso mesmo, tudo, sem rodeios. Ele repassa o discurso na cabeça, pois se ensaiar mesmo os passantes vão achá-lo maluco. Onde já se viu, falando sozinho? Seis e meia. Vê seu carro no fim da rua. É agora. Vai dizer tudo, tudo mesmo. As mãos suam, o estômago revira. Respire fundo, rapaz, disse para si mesmo. Ela embica o carro para estacionar, ele atravessa a rua, decidido. Ela o vê, e abaixa o vidro. Olá! Que faz você por aqui? Ela pergunta com um sorriso, já estendendo o rosto para ser cumprimentada. Estranhamente ela oferece a face e deixa a boca tão longe,... e se deixa beijar, mas não beija de volta, não faz nem o barulhinho. Isso lhe soa tão vazio, mas não importa, pois agora é hora de dizer. Diga! Sua cabeça comanda. Ela o encara, esperando por alguma resposta. Não, é que eu estava só passando por aqui. Vinha da igreja e ia à padaria. Igreja? Não sabia que freqüentava. Pois é... Bom, legal,... nos falamos mais tarde então. Estou tão cansada. Vou me aprumar e sair. Que tal uma cerveja? Acho uma boa, responde ele. Melhor eu ir agora, à padaria. Ok, depois nos falamos. Tchau. Ele sai andando, e pensando que mais uma vez deixou passar. Mas também não parecia um bom momento, certamente haverá um melhor. Igreja? Como assim, igreja? Não ia à igreja há anos. Que desculpa imbecil. Mas ele não é tão covarde assim, pensa. Será que evitava dizer tudo por algum motivo? Talvez esta seja uma gaveta que não valha a pena reabrir, pois está muito bagunçada, disse-lhe seu xamã. Mas ele relutava a acreditar nisso. Gaveta. Onde já se viu chamá-la de gaveta. Ela seria um belo de um criado mudo inteiro, isso sim. De ypê. Ou não. Semana que vem. Isso! Semana que vem volto e digo tudo. Fechado! Da semana que vem não passa. Não precisa aparecer mais. Essa foi a última mensagem de texto do chefe.

J.G.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Relatos de uma gripe suína

Um estupendo fim de semana a todos.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Olha o Brad Pitt ai!!!

E a velha discussão sobre racismo continua...

Kiputerz!

No ultimo final de semana, o reporter Danilo Gentili do programa da Band CQC, foi acusado de racismo e o caso acabou chegando ao Ministério Público Federal por ter escrito a seguinte frase em seu Twitter:

"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"

Dentre os "revoltados" com a frase do reporter, está o humorista do Casseta e Planeta Hélio de la Pena que retrucou "Não tenho problemas com piadas de qualquer natureza, desde que elas sejam engraçadas. Não foi o caso. Associar o homem preto a um macaco não é novidade no anedotário e causa desconforto aos homens pretos." e completou: "Acho exagero imolar o humorista em praça pública. Processo é bobagem. Danilo não apontou o dedo na cara de nenhum preto e disse 'olha aqui, seu macaco.' Ele fez uma piada, quem não gostou expôs sua opinião. Eu não gostei."

Além do humorista, o presidente da ONG Afrobras, o Sr. José Vicente prometeu fazer uma carta de repúdio e estuda entrar com uma representação criminal contra Danilo.

Segue abaixo a resposta de Danilo Gentili publicada no dia 27/8/2009 em seu blog, entitulada Post Racista.


As pessoas que separam cachorros por raças fazem isso porque acreditam que uma raça vale mais que a outra. Eles acreditam mesmo nisso. Ganham dinheiro com isso. Movimentam um mercado. Dividir uma espécie por raças nada mais é do que racismo.

Sinceramente acredito que todo cachorro é cachorro e que toda pessoa é pessoa. E dentro disso não entendo como alguém que morde seu sapato, encoxa sua perna e caga no seu tapete pode ser considerado o melhor amigo do homem.

Se você me disser que é da raça negra preciso dizer que você tambem é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra. Pois se todas raças são iguais então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a idéia que "negro" é uma raça foram os escravistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos trata-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra". Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho em ser da raça negra eu juro que nem me passa pela cabeça chama-lo de macaco. E sim de burro.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de viado e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco do que de girafa. Peça para um cientista fazer um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?Se o assunto é cor eu defendo a idéia que o mundo é uma caixa de lápis coloridos. Somos os lápis dessa caixa. Um lápis é menos lápis que o outro só porque a cor é diferente? Eu desenho desde criança, então acredite em mim: Não mesmo. Todas essas cores são de igual importância. Ok. Ok. Foi uma comparação idiota. Confesso. Os lápis são todos do mesmo tamanho na caixa. E no mundo real o lápis preto é bem maior que o amarelo.

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afro-descendente é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas, afinal eu usei os termos politicamentes corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.

Os politicamentes corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite. Isso é racismo, pois transmite a idéia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos".

Agora peço que não sejam racistas comigo por favor. Nao é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade sou ítalo-descente. Italianos não escravizaram africanos no Brasil. Vieram pra cá e assim como os pretos trabalharam na lavoura. A diferença é que Escrava Isaura fez mais sucesso que Terra Nostra.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mal gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca terem escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, porque não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café-com-leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afro-descendente", tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça você será apenas preto e eu branco, da mesma raça, a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão.

OBS: Antes que diga "Não devemos fazer piadas com negros, nem com gordos, nem com gays, nem com ninguém" Te digo: "Pode colocar meu nome aí nas páginas brancas da sua lista negra, mas te acho chato pra caralho".

Por UMQV, que por acaso concorda plenamente com Danilo Gentili.

domingo, 2 de agosto de 2009