terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A involução dos bichos

Por Jules Gilet

Foto: Thiago Bernardes/UOL
Como todo bom começo de ano, milhares de jovens saem da confortável vida escolar e entram na disputa por uma vaga nas mais diversas faculdades do Brasil. Meses de dedicação, de abstinência, de esforço hercúleo para tentar melhorar de vida, ou até mesmo se preparar para manter o nível do modus vivendi, cheio de gastos com coisas supérfluas e prazeres imediatos.


Foto: Uncisal Foto:Thiago Bernardes/UOL
Após todo o martírio, vem o resultado. Ruim para muitos, mas um divisor de águas para todos os outros que encontram seus nomes nas listas de aprovados. A partir daí, é só alegria, algum estudo e muitas experiências. Como diria o poeta, “a faculdade são os melhores 10 anos de nossas vidas.


Foto: Alex Almeida/UOL

Entretanto, há um senão. O ritual de entrada dos calouros, o trote, que primordialmente tinha um viés de integração, tem se tornado cada vez mais sem limites. Se há alguns anos afogaram um jovem da medicina que não sabia nadar, sempre houve aqueles que tomam cachaça demais e acabam no soro do hospital.

Engraçado é que a maioria dos jovens que conheço nunca passou perto de um trote, e todos fizeram faculdade. Os que viveram tal experiência, no máximo tiveram a cara pintada de tinta e tomaram uns tombos por aí. Nunca ouvi reclamação de agressões físicas, como ocorreu com o jovem parrudo Bruno Ferreira.



Foto: Alex Almeida/UOL

Em seu primeiro dia letivo numa faculdade de segundo escalão, Bruno tomou mais do que devia, apanhou dos veteranos e foi levado ao hospital em coma.

Nessas horas alguns dizem “Que absurdo! Esses trotes são o mais puro vandalismo! Devemos acabar com isso!” Será mesmo? Acabar com a integração? E os mancebos recém-chegados do interior, que não conhecem ninguém, não merecem comemorar com seus novos colegas? A resposta, coleguinhas, é que SIM, todos merecem o trote. O que ninguém merece é um colega que não se impõe, que não coloca limites, que não consegue parar em pé. Esses sim, deveriam ser repreendidos e quiçá levados à Faculdade dos bundões, berolos, canjicas e lindinhos da vovó.


Foto: Alex Almeida/UOL

Não se assustem, coleguinhas. Essa é a mais dura realidade. São meninos com esse famigerado jubarte que entram de primeira, causam orgulho na família toda, e depois se acomodam atrás de instituições que formam mais Homer Simpsons (com todo o devido respeito ao Homer, claro) do que gente produtiva.

O conselho? ACORDA, meninão! Acorda pra vida e se imponha. Olhe-se no espelho e grite bem alto “Yes, I can.”. Sim, você pode e deve tomar vergonha na cara, porque caso contrario, vai continuar um enorme saco de batatas.

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